Minhas percepções sobre o mundo lá de fora e o daqui de dentro

sábado, 26 de junho de 2010

O guarda de trânsito e o planeta das canetas

Foi anos e anos de vinte e três. Não, não 23 anos. 23 de maio mesmo. A famosa e igualmente entupida avenida de ligação entre zonas sul, leste e centro de São Paulo. Quase vinte e três anos de vinte e três de maio. Não que eu não passe mais por lá, ainda vou, e bastante. Mas já sem a frequência de outrora. Estudei a vida toda praticamente na zona leste, morando na zona sul. A 23 de Maio era parte do caminho de todo dia, lembra-me trânsito, mas também me lembra o sono das manhãs e as brincadeiras de "adivinha a música" que eu, mamãe e minha irmã fazíamos para nossa casa aparecer mais rápido no horizonte.

Dia desses, passando pela 23 de Maio, de carona com minha mãe, olhei para um de seus canteiros e na hora lembrei-me do animado guarda de trânsito que ficava lá todas as manhãs. Ele já nos conhecia (ou simplesmente era simpático com todo mundo), fazia tchau, apitava e mandava a gente seguir. Era parte da rotina, da família 23 de Maio. Comentei que não sabia o que tinha acontecido com aquele guarda de trânsito, mas, de repente, me dei conta. Todos os guardas de trânsito sumiram... Ou foi minha inocência que acabou ou o mundo que ficou mais duro (ou os dois), mas o fato é que os guardas de trânsito sumiram. No lugar deles, os agentes da CET (nada contra eles, mas simplesmente não são os guardas de trânsito a que me refiro). 

Será que eles sempre foram os guardas de trânsito e eu nunca percebi? Mas cadê a simpatia dos guardas de trânsito dos livros de Estudos Sociais? Aqueles que atravessavam crianças, velhinhos e sorriam para os moradores do bairro? Talvez estejam guardados, junto com os livros de Estudos Sociais, no planeta das canetas perdidas.  

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